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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Paris Pode Esperar- EUA-2017

Atualizado: 21 de ago. de 2020


Eleanor Coppola, esposa de Francis Coppola, mãe de Sofia Coppola, aos 81 anos, roteiriza e estréia na direção com uma história bastante linear, simplista mesmo, mas com subcamadas muito mais interessantes que apenas mais um Road movie exibido no Festival de Cannes este ano. Não, não é o melhor filme do ano, mas nem pretende ser. Ao centrar sua estória na mulher de meia idade com vida bem resolvida com filhos criados, vivendo um casamento “conformado”, protagonizada pela grande Diane Lane, já é o bastante para um público “mais velho” criar profundas identificações empáticas com a personagem e seu contraponto, o excelente Arnaud Viard, com sua dubiedade intencional para com ela. Coppola é muito sagaz tanto no roteiro quanto nas tomadas apostando na simplicidade narrativa enquanto vai tocando levemente em questões como a libertação individual de quem já estava acomodada em seu modo de vida e, vai nos levando junto com ela em uma viagem deliciosa ( literalmente), por charmosos recantos em meio ao trajeto Cannes- Paris. Toda essa simplista trama e o jogo de dúvidas que o roteiro e a direção levam muito bem até a cena final, mesclada com inesperados pernoites, jantares em deliciosos hoteizinhos, visitas surpresas a museus inusitados, passeios por pitorescos mercados franceses, brindando-nos com as belas paisagens do trajeto como os aquedutos de Aix-en–Provence, funcionam perfeitamente como um despretensioso e nada elucubrado “estudo” sobre como desfrutar a vida após os cinquenta anos e de como, americanos e franceses, têm diferentes visões sobre esse conceito. Em apenas gentis 90 minutos de projeção, Lane com seu sorriso cada vez mais ampliado e Viard com sua canastrice dúbia, dão um show de interpretação naturalista repleta de história e sabores típicos, tão gostosos como um piquenique sobre a relva verde a beira de um rio plácido em azul ou uma mordida em uma trufa com uma piscadela d'olhos de: por que não? Não há muito que escrever sobre “#ParisCanWait”, pois é um trabalho para ser degustado, mas é importante avisar que você sairá dele com uma enorme vontade de arrumar as malas e se aventurar pelo mundo, mas só depois de comer rapidamente algo, pois, indubitavelmente, você ficará com fome...muita fome...

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