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Foto do escritorCardoso Júnior

A Promessa - EUA - 2017

Atualizado: 21 de ago. de 2020


Impressionante como o cinema é, pode e deve ser um livro de História aberto, revelando fatos bem pouco conhecidos da humanidade, principalmente para nós, tão ocidentais e desinteressados do passado.


“A Promessa” foca e centra seu objetivo em trazer à luz o primeiro caso de genocídio do século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, onde milhares de Armênios foram exterminados pelo então Império Otomano. O tema e o plot são altamente importantes uma vez que a Turquia nega veementemente tal fato, mesmo reconhecido por historiadores e até pelas Nações Unidas.


Quem sabia do ocorrido em um tempo e local tão distante de nossas realidades? Este é o grande e maior mérito do longa: revelar a crueldade do ser humano com seus iguais por também míseras questões geopolíticas.

Parece que, humanisticamente falando, não evoluímos muito, não é mesmo?


Assim, The Promise, produção financiada com capital Armênio, dirigida pelo mesmo diretor do espetacular e premiado “Hotel Ruanda” que também trata do mesmo tema, torna-se um trabalho importante para quem tem sede de conhecimento histórico ainda que, cinematograficamente, em seus 130 minutos, apele para alguns clichês desnecessários. Não importa, a denúncia e o acompanhamento de mais essa atrocidade “desconhecida” vale as pequenas imperícias cênicas.


Ok que a câmera de mão, algumas vezes “tremida”, discretamente atrapalha alguns planos abertos belíssimos e a inserção de um triângulo romântico para forçar um tom épico-dramático ao longa não o ajudam exatamente, mas também não o prejudicam a ponto de anular a narrativa de uma chaga ainda aberta nos dias de hoje entre os povos da Turquia e da Armênia.


Rodado em belas locações em Portugal, Espanha, Malta e, sob forte esquema de segurança para equipe e elenco, as bem satisfatórias atuações de Oscar Isaac, Charlotte Le Bom e Christian Bale, fazem com que Hollywood resgate e apresente essa trágica história, 102 anos depois de ocorrida, ainda que com discretíssima campanha de marketing por conta da “pressão” das autoridades Turcas, para nos levar a reflexões sobre o quanto cabe de crueldade nos ditos humanos quando o assunto é xenofobia e intolerância religiosa.


Pela coragem e mérito de lançar luz nas trevas que encobrem a história e pelas batalhas e heróis reais sem capa e espada, nossa cotação vai para:



PS: Agora é aguardar e assistir "The Ottoman Lieutenant", a resposta cinematográfica que a Turquia apressou-se a financiar sobre o polêmico assunto. Em breve...

TRAILER

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