A franquia da trilogia Bourne que foi enorme sucesso em 2002, 2004, 2007 tendo já conquistado três Oscars, finalmente, após nove anos, teve sua continuação com o ator que personifica melhor o lendário Janson Boune, Matt Damon, provando que não perdeu nada em qualidade e estilo; pelo contrário.
Ok, que mantêm seu conjunto de clichês de gênero, mas eles funcionam à perfeição pela inclusão da ficção em um cenário mundial bastante real, centrando ações dentro de eventos atuais e aparelhando a narrativa com questões importantes sobre nossa privacidade em um mundo cada vez mais controlado e vigiado pela espionagem virtual. Muitos pontos!
Com a antiga pegada de levar as frenéticas ações para várias locações em muitos países como: Grécia, Islândia, Itália, Inglaterra, EUA entre outros, a fotografia prima pelo deslumbramento geográfico com edição e trilha mais que primorosas e eficientes.
Este “Jason Bourne”, ainda que ancore-se no mesmo plot sobre o espião sem memória, se reescreve na atualidade inserindo algumas inteligentes referências pessoais como no caso do ativismo cibernético que ocorreu com o WikiLeaks e gênios do Vale do Silício como Mark Zuckerberrg (criador do Facebook), na pele de personagem pressionado pelas grandes corporações governamentais para que cedam dados sigilosos de seus frequentadores. Nada poderia ser mais atual e interessante como o espelhamento da nossa sociedade em uma jornada ficcional.
Este “plus” mega interessante ainda vem acompanhado de muita ação, tensão elevada ao cubo, bem montadas cenas de perseguição que imergem fatalmente o expectador dentro de uma espiral de interesse que só extingue na ótima cena final que, ainda promete sutilmente uma continuação. Tomara!
Com direção, roteiro, edição, fotografia, elenco célebre e atuações céleres criando uma atmosfera muito densa, é quase impossível notar que este trabalho ultrapassa os 120 minutos, também porque todos as personagens envolvidas foram cuidadosamente trabalhadas com a profundidade dramática necessária para criar mais que empatia,gerando interesse máximo por suas personalidades e motivações verossímeis.
Assim sendo, não há exagero algum em afirmar que o velho Bourne retorna como uma muito bem realizada e impecável produção, configurando-se em um legítimo Thriller com capacidade para ser, facilmente, o melhor deste ano.
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