Tendo provocado enorme polêmica no Festival de Sundance 2016 (sempre aberto a produções indies com novas propostas estéticas), e obtido o premio de melhor direção, claro que fomos verificar.
Há três maneiras de se “pensar” sobre este trabalho... Curiosíssimo!
Ou, lançando mão da boa vontade para com os elementos bizarros da narrativa e se divertir bastante, ou buscar entender o surreal para propiciar interessantes analogias com o amor, a vida e a busca da felicidade ou execrá-lo definitivamente para o terreno da loucura abstrata, mas nenhuma das opções acima levarão a uma conclusão plausível; provavelmente.
Talvez, direção, roteiro e os dois ótimos atores tenham embarcado justamente nessa proposta de brincar com a platéia desafiando-a, do começo ao fim, a decidir se está diante de um sonho, de uma imaginação desesperada ou apenas diante de uma viagem lisérgica dos diretores.
Indefinido, oscilando e alternando gêneros que passeiam pela aventura, comédia, drama existencialista e fantasia, Swiss Army Man sustenta-se magnificamente bem exclusivamente pelas brilhantes atuações de Paul Dano e Daniel Radcliffe, amparados pela fantástica edição e trilha sonora.
Por fim, no último ato, para grande alívio, o roteiro ameaça entregar uma lógica elucidativa para alcançar o clímax, mas não, é só outra brincadeira que retorna para a lisergia do absurdo.
Dificilmente #SwissArmyMan conquistará o grande público, mas quem se deixar pegar pelo início, será levado ao final pelos caminhos da curiosidade imaginativa com grande interesse e um sorriso nos lábios.
A questão que fica é: se além dos soberbos desempenhos dos protagonistas, alguém descobrirá alguma substância concreta na proposta ou tão somente a maior e mais impressionante crise de flatulência da história do cinema.
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