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  • Foto do escritorCardoso Júnior

O Abrigo – EUA -2011

Atualizado: 17 de ago. de 2020


O premiado no Festival de Cannes de 2011 que, ainda assim, não teve maiores divulgações, explora uma vertente nada nova, mas que sempre resulta em muito interessante quando bem desenvolvida: A saúde mental.

Acertadamente, direção e roteiro apostam o tempo todo, em levar o espectador pelos caminhos das dúvidas; as mesmas do protagonista e, com andamento lento primando pela construção gradativa das muitas e dúbias nuances, não há como não se envolver e ter a curiosidade sempre aguçada pelo drama. Até o impactante último ato.

A premissa simples que é lançada sobre sonhos premonitórios, ou distúrbios psicológicos, é magistralmente bem conduzida por desempenhos notáveis do sub-valorizado Michael Shannon que, com extrema habilidade e força interpretativa nos arrasta em sua atormentada jornada entre esquizofrenia ou paranormalidade e, da sempre ótima e densa Jessica Chastain formando um duo de altíssimo peso dramático.

A técnica irrepreensível da despretensiosa fotografia, da edição pontual e da trilha sonora, tudo, vem corroborar para que o pico de tensão nunca amaine sem nunca apelar ou lançar mão de instantes melodramáticos.

Retilíneo e bem construído, “#TakeShelter” ainda se permite transitar muito sutilmente por subgêneros como suspense, horror com perspectiva de drama apocalíptico, sem se apoiar em nenhum deles e, muito menos, defini-los como linha narrativa definitiva.

Antes de tudo, a vertente das incursões por núcleos familiares, sociais, profissionais com envolvimentos de psiquiatras e psicólogos, faz dele um drama competente com altíssimo teor psicológico que oscila entre realidade e alucinação sem pretensões de oferecer respostas fáceis.

Se, de fato, existe uma devastadora tempestade chegando - interna ou externa - é o espectador que decide.

Ou não.

TRAILER

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