Este indicado por Portugal ao Oscar 2016, é a segunda parte de uma trilogia que não vimos, mas veremos tão logo tenhamos tempo para tal. Utilizando-se do famoso conto Persa onde Sherazade narra suas estórias para o rei, a direção constrói um épico social para denunciar o descontentamento do povo Português com os atualíssimos rumos econômicos e sociais do país. Mesclando realidade com surrealismos, histórias reais devidamente envoltas por um belo componente teatral com direito as cenas que podem parecer non sense, mas jamais despidas de uma crítica contundente. A divisão em três atos, ou três histórias, (Crônica da Fuga do Simão Sem Tripas), (As Lágrimas da Juíza) e o emocionante (Os Donos de Dixie), juntam-se, no por fim, em uma obra autoral de grande mérito cinematográfico que, infelizmente peca pelo ritmo e pela adoção de um estilo fílmico único que, com certeza, poderá não agradar um publico nada disposto a decodificações e a busca pensante por significados implícitos. Mas, “As Mil e uma Noites- O desolado”, também poderá ser entendido e saboreado por plateias menos ansiosas por ações vertiginosas , como um belíssimo trabalho de fotografia, enquadramentos, figurinos, trilha e edições como um marco no cinema Português; quiçá mundial. Quanto a sua inclusão no Top Five, não acreditamos...
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