A tentativa de pegar uma história muito conhecida e recontá-la à partir do antes dela, não é exatamente novidade no cinema e, tanto pode dar certo como muito errado. “Pan”, vai fragorosamente para a segunda opção. Logo na abertura parece que vai caminhar bem quando Amanda Seyfried, em seus 60 segundos de atuação, deixa seu Peter na porta de um orfanato. Alguns anos mais tarde, em plena segunda guerra mundial, com Londres sendo bombardeada temos a linkada do rapto para a terra do nunca. Até agora não entendemos o porquê das cenas de bombardeios totalmente avulsas no contexto, enfim....segue. Daí para frente, descobrimos um trabalho com fortes referencias teatrais, excessivamente colorido, brilhante demais e com sérios problemas visuais na composição geral dos efeitos. Há muitas “inspirações” em outros filmes (Avatar, por exemplo), que você irá descobrindo em cada frame o que, por si só, já desmancha a proposta de uma construção original, achatada de vez por mais um “escolhido, “prometido” por uma lenda que iria voltar para salvar...etc... Quanto ao elenco (o velho truque batido do chamariz comercial), se não compromete também não impressiona nas caretas de Hugh Jackman, na patética e apática personagem de Rooney Mara, deixando espaço para o jovem Levi Miller expressar através dos grandes olhos verdes suas...emoções. Talvez para um público essencialmente bastante infantil, funcione como uma aventura simpática e esquecível, mas as desconstruções de caráter dos personagens originais certamente farão com que o público adulto tenha enorme dificuldade com identificação e empatia já que fica claro que a essência da obra desvia-se da terra do nunca e vai para o brejo. Com um evidente gancho (não do capitão), para uma continuação, a sensação que nos ficou é a de que essa superprodução caleidoscópica é totalmente desprovida de emoções e absurdamente sem graça. Se, de fato, ousarem prosseguir, o nome mais acertado seria Pun! Aliás, a cena do pun já até existe....então....
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