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Eis um clássico caso em que o diretor “viu” sua estória na cabeça e conseguiu transportá-la para a tela de maneira magnífica. O requinte estético é tamanho que chega a roubar a atenção de alguns diálogos (nem tão bons assim), principalmente no que toca a parte dos figurinos (indicação certa aqui), e cenografia e fotografia. Impressionantes! Mas, também, é um caso que o apuro visual conseguido pela direção e direção de arte, não são acompanhados, no mesmo nível, pelo roteiro. A construção de, talvez, um novo estilo de terror inserindo (claro), uma estória de amor, alguns fantasmas bem diferentes dos habituais, uns lampejos sobre mediunidade, fragmentos dialéticos sobre a natureza da vida e do amor, algumas pinceladas de esoterismo bem discretas, explicações romantizadas (com um Q Kardecista), e, claro, mistérios (bem previsíveis), e loucura conjugados, são elementos que contribuem para que a narrativa chegue a um ponto de quase marasmo comprometendo, gravemente, o pico de tensão necessário ao gênero. Sim, você vai poder fazer um pipi amigo, voltar e, descobrir que não aconteceu nada de imperdível na sua ausência. O aprofundamento psicológico dos personagens fica no raso e as interpretações são convincentes, bem como a trilha sonora que se esforça pra manter o clima tenso que você já deixou de se sentir no segundo ato. Talvez na última parte sua atenção retorne, levemente interessada, pelo desfecho. O ponto curioso do trabalho, fica por conta de que, os espectros fantasmagóricos, são muito menos assustadores que as soturnas criaturas de carne e osso. Enfim, Crimson Peak, vale pelo visual soberbo; não muito mais.
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