A inteligente premissa de partir de uma biografia para contar uma enormidade de fatos desconhecidos sobre a segunda guerra mundial - principalmente a ótica da Rússia - tem nessa mega produção com cunho histórico, o primor de não fixar-se em regionalismos e nem somente em batalhas “armadas”. Há muito mais nela que uma ótima aula de historia; há interpretações surpreendentes, grandes tomadas cênicas, alguns efeitos especiais respeitáveis, bons diálogos, uma história de amor e uma alternância cromática que a pontua como capítulos. Com uma ampliação prismática, também nos mostra a força e a determinação de duas mulheres que se admiram e se respeitam mutuamente: A senhora capitalista Eleanor Roosevelt e a jovem comunista Lyudmila Pavlichenko, num claro embate de sistemas onde, um lado teme,respeita e seduz o outro na mesma medida que, juntos, se fortalecem contra um inimigo em comum; Alemanha. Com narrativa quase linear, que muito favorece a compreensão dos fatos inseridos no contexto histórico, acompanhar o surgimento, o temperamento e as motivações que forjaram a têmpera da famosa jovem "sniper" Russa, poderia ser encarado como uma grandiloquente resposta Ucraniana ao “Sniper Americano” ou mesmo, uma declaração de superioridade feminina em terreno dominado pelos homens, mas isto seria pequeno, muito pouco diante da importância fílmica que "Bitva za Sevastopol" nos apresenta. Só podia ser menor...só um pouquinho... “ Senhores! Tenho vinte e cinco anos e já aniquilei 309 invasores fascistas. Não acham que estão há muito tempo se escondendo atrás das minhas costas?”
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