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Foto do escritorCardoso Júnior

Jal - Índia- 2014.

Atualizado: 15 de ago. de 2020


Ao escapar da concepção ocidental de cinema no tocante a métrica e tema, parece difícil compreender a profundidade desta narrativa belíssima. A estranha sonoridade da língua e costumes, provoca de imediato o pensamento: “O que não compreendo, rejeito” e, alimentar essa opção certamente fará com que você perca um dos mais belos trabalhos do cinema atual. Ok, que seja complicado para mentes ocidentais o mote central passado em uma terra onde um pouco de água potável vale muito mais que quilos de ouro. No entanto, a experiência fílmica que “Jal” nos proporciona é de dimensões épicas com nítidas conotações Shakespearianas e, tão próxima a realidade que pode parecer fantasia. Tudo em Jal é grandioso! A imensidão do deserto, as tempestades de areia, a miséria, a alegria, amores, cores, contrastes, travelings, designer de som e, atuações. Sim, claro que há um tom de tragédia anunciada pairando todo o tempo sobre a narrativa e, nem por isto, configura-se em filme triste, pelo contrário, inúmeros momentos de humor peculiar preenchem o arco dessa experiência poética que nos questiona: O que é mais importante para o governo? Salvar pássaros em extinção ou vidas humanas ? Enfim, ‘Water” é um trabalho de altíssima ressonância e multiplicidade que, Hollywood, com seu mar de mesmices, remakes e continuações pasteurizadas, não permite chegar até nós. Mas, busquem por Jal e entenderão tudo que temos dificuldade em transpor para palavras.

TRAILER

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