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Atendendo a pedidos, assistimos com relutância este trabalho do consagrado Pasolini e, como prometemos, falaremos sobre ainda que difícil seja a tarefa:
Com um roteiro inspirado no livro do Marquês de Sade, Pasolini faz belíssimos planos fílmicos dentro de um cenário simétrico e sombrio e uma crítica-pesada-drástica ao poder econômico, a igreja, a elite e ao poder judicial numa Europa em plena guerra.
Inserindo diálogos e frases de grandes pensadores do século xx é um trabalho altamente corajoso, com enredo simplista e profundo que percorre sem medo de julgamentos, facetas abjetas dos seres humanos com cenas que preferimos fechar os olhos.
O poeta, escritor e cineasta, fez o filme mais tenebrosos e escabrosos do cinema até para a mais depravada das almas. Chegar ao distanciamento necessário para assisti-lo e apreciá-lo com isenções moral é hercúleo, embora saibamos não haver exagero e que tais situações anômalas existiram e sempre existirão.
Pasolini atinge o requinte máximo da estética fílmica e da barbárie e, não, não recomendo para ninguém que não tenha estômago para ingerir pedras lascadas.
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