Um dos gêneros cinematográficos que mais aprecio é o dos super-heróis. Principalmente se retratar uma super-heroína. Em tempos onde o escapismo tem faturado muito, é um prazer inenarrável conhecer a vida de uma mulher complexa e valorosa que enfrenta as realidades e as bestialidades humanas como forma de combatê-las e usa do super poder de suas palavras para tentar salvar o mundo dos grandes perigos que a humanidade imputa sobre os seres humanos. Geralmente, esses, mortais que são e cheios de humanos defeitos, acabam no ostracismo das massas e, o cinema de verdade, lhes constrói um justo panteão para a moradia de seus feitos e de suas mortalidades.
Assim, o diretor e documentarista de guerra Matthew Heineman que já nos brindara com documentários do calibre de “Cartel Land” (comentado aqui em 29 janeiro 2016) e “City of Ghosts” (comentado em 28/10/17) baseia-se num artigo da Vanity Fair de 2012, para fazer um estudo de personagem sobre Marie Colvin, a correspondente de guerra que cobriu vários conflitos ao redor do mundo, impactando-nos e dando-nos uma dolorosa mas necessária aula sobre geopolítica.
A escolha de Rosamund Pike como protagonista é perfeita pois nota-se em todas as cenas sua entrega inexorável ao papel enquanto o elenco de apoio cumpre bem suas funções mesmo que roteiro e direção não tenham muito interesse neles. O roteiro decrescente em termos de vida, por si só é angustiante e as cenas de guerra, algumas, são devastadoras mas a rápida edição equilibra a atmosfera não permanecendo tempo demais em nenhuma delas, mas o diálogos são dignos de anotações.
#APrivateWar é um relato perturbador sobre uma mulher destemida que não via limites para melhorar o mundo à sua maneira mesmo que isso lhe custasse sua estabilidade emocional ou a própria vida. Vale conhecer essa super heroína sem capa, mas imprudente e pirata, respeitada no mundo e temida no Oriente médio.
Ps: Disponível apenas em VOD...já que tem muito escapismo ocupando salas.
TRAILER