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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Primos - Brasil- 2019

Atualizado: 9 de ago. de 2020


É aquele tipo de trabalho que você começa a assistir e se enche de vergonha alheia; pela abordagem e atuações. #Primos é aquele tipo de filme que te faz pensar: Pronto, mais um grande desastre do cinema nacional, minha nossa!

Então, por alguma razão inexplicável, você segue vendo e, aos poucos, vai entendendo que a produção “indie” (baixo orçamento), é totalmente despretensiosa, que o amadorismo cênico é intencional e se pega sorrindo com um tipo de humor muito peculiar, pequeno, rápido, quase ridículo, que se desvia da comédia pela comédia pra trilhar a espontaneidade da graça.

Pois é, a película dirigida por Mauro Carvalho e Thiago Cazado, com roteiro do último, em seus curtos 80 minutos, faz uma fortíssima aposta no “trash” para encontrar um inovador tom narrativo para uma estória de romance homoerótico adolescente com suaves alfinetadas nas hipocrisias familiares, sociais e religiosas, diferenciando-se do padrão tradicional das batidas comédias românticas.

Com argumento básico e trama altamente previsível, o roteiro brinca de nos surpreender agradavelmente, quase ingenuamente, com um humor despojado e “over”, promovendo divertidos momentos que fluem dentro de uma gostosa naturalidade onde até as interpretações caricaturais, depois do primeiro estranhamento, angariam boa dose de simpatia catártica para os protagonistas e até para o elenco de apoio.

Primos” não tem nada de memorável (nem quer ter), mas é justamente pela aposta no medíocre, e por usá-lo e revertê-lo a seu favor, que vai se tornado cativante pelo ritmo acertado, pelos diálogos corriqueiros, banais, mas nunca chulos e pela plástica e dosagem exata das explícitas e ousadas cenas eróticas desprovidas de qualquer tipo de conotação gratuita, apelativa ou maliciosa.

Tecnicamente, dentro do que se propõe, a estética agrada, edição funciona, fotografia acerta e trilha sonora se encaixa enquanto interpretações “esquisitas” com suas incoerências e idiossincrasias , vão somando a favor de uma estória muito simples, juvenil, pueril, que entretém por não buscar maiores profundidades ou elucubrações temáticas, desconstruindo o cinema panfletário do gênero num experimento que resulta positivo e muito afetuoso; coisa que o mundo e o cinema brasileiro tanto carece explorar.

Ps1: Disponível em VOD

TRAILER

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