O documentário selecionado entre os cinco melhores no Oscar 2018, é inteiramente baseado na grande crise financeira que abateu-se nos EUA em 2008 e que teve grandes repercussões no mundo, mas inteiramente centrado no pequeno e único banco criminalmente acusado de fraude hipotecária. Não, Abacus não era um mega banco, uma dessas grandiosas instituições financeiras e, por isso mesmo, por ser “pequeno o bastante para condenar” tornou-se o bode expiatório do governo dos EUA.
A história real do extenso, longo e demorado processo criminal sobre um banco familiar, administrado por seu idoso fundador e filhas, voltado para incentivo à comunidade chinesa em Nova York que praticava empréstimos baseados em tradicionais e milenares costumes chineses onde a palavra valia mais que documentos, torna-se no mínimo curioso de acompanhar as artimanhas do governo e seus procuradores para responsabilizar um ‘alguém” tão insignificante pela gigantesca crise financeira.
Narrado linearmente, esse documentário em tom de Thriller de tribunal com muitas críticas sociais e embates entre defesa e acusações, advogados x procuradores, e depoimentos contundentes e apaixonados de ambos os lados, fabrica com êxito um bom clima de suspense provocando no expectador certo teor de revolta e a conseqüente torcida para a absolvição da simpática e aparentemente honesta família chinesa sem perder, em nenhum momento, a pegada jornalística documental a que se propõe.
Se, os procedimentos da família acionária do pequeno Abacus eram mais um ato de boa fé embasada por costumes ancestrais ou uma operação fraudulenta e corrupta que contribuiu para a quebra de todo um sistema macroeconômico, eis uma questão que a direção, sabiamente, deixa a critério da análise do expectador.
Ps: Mas não é melhor nem mais relevante que o vencedor : Icarus!
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