Com um título mal traduzido do original, que traduziria ao pé-da-letra por a montanha entre nós, Depois Daquela Montanha é um filme como tantos outros que acompanham os sobreviventes de um acidente em sua luta pela vida. Contar uma história que já foi diversas vezes e de diferentes maneiras narrada é um grande desafio, pois o risco de chover no molhado é imenso. Alex e Ben precisam embarcar para Nova Iorque. Ambos têm compromissos importantes no dia seguinte. Ben, que é médico, tem cirurgia marcada, e Alex, que é jornalista, se casa. Quando o voo que os levaria é cancelado, Alex, diante de sua urgência e a de Ben, propõe fretarem um avião para chegarem a tempo. A grande distinção dessa história não está nas desventuras que passam para sobreviver, mas nas diferenças e conflitos que podem ameaçar as suas vidas, a partir dos quais os dois estabelecem uma relação jamais imaginada. Contudo, ainda se trata de um filme de sobrevivência como tantos outros. O roteiro é competente, elevando a tensão com alguma nova agrura quando tudo parece se estabilizar, porém não sustenta a atenção, diluindo a adrenalina entre aspectos românticos e o romance entre peripécias na neve. A direção é boa, principalmente nas cenas de ação, fazendo escolhas oportunas de tomadas. A queda do avião é impressionante. Kate Winslet é o ponto forte do elenco, pois além de ser uma atriz fantástica, seu papel lhe confere maiores oportunidades para demonstrar todo o seu potencial. Idris Elba está limitado, mais pela sua personagem do que por seu talento, pois faz o melhor dentro do que lhe foi conferido. A fotografia é muito boa e a edição também. Demais critérios técnicos são competentes. O grande mérito desse filme foi reunir atores do calibre de Kate e Idris em uma história desconfigurada entre a ação e o romance, pois perde a sua força quando não se define por um dos estilos. Vale ressaltar também a participação cativante do cão labrador tornando o filme mais apelativo para os amantes dos bichinhos.
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