Vitória – Brasil-2025
- Cardoso Júnior
- 22 de jun.
- 2 min de leitura
Analise 1.750

A luta discreta de uma senhora idosa contra a violência e corrupção urbana que cerca seu apartamento em meio ao bairro de Copacabana em 2005, é o fulcro de “Vitória”, uma narrativa inspirada em fatos, estrelada por Fernanda Montenegro que não só carrega o filme como lhe empresta a divulgação que não haveria no caso de atriz menos conhecida e ou endeusada.

Independente da parte investigativa, policial, tensa e de aventura, o drama também retrata, silenciosamente, mas através de situações bem elaboradas, o triste panorama da velhice e da solidão dentro de um cenário urbano acintosamente indiferente ao isolamento social dessas incontáveis e invisíveis pessoas.

A história, que coloca a protagonista inteiramente (quase unicamente) no centro das cenas transita por esses dois mundos com uma fotografia escura, quase parda nos interiores para abrir em uma luz branca embaçada nas poucas cenas exteriores reforçando a ideia de um fantasma caminhando por um mundo límbico, quase desfocado, porém perigoso uma vez que, a bucólica vista da janela de um apartamento, transformou-se – por enormes problemas socioculturais e políticos- numa visão de uma realidade tão tenebrosa quanto perigosa.

O diretor Andrucha Waddington tenta equilibrar esses dois mundos sem correr nenhum risco criativo compondo uma trama por demais simplista, permitindo, inclusive, diálogos que “explicam” cenas que há muito já entendemos levando o filme e seu todo para quase muito perto do tédio e da melancolia pura e simples banindo a oportunidade de apresentar um drama além do que está implícito e descartando toda forma de tensão que se poderia colocar na história.

Uma gama de metáforas simplistas percorre o todo desenvolvimento como o caso do elenco de apoio inteiramente composto por negros enquanto a protagonista / heroína é de cor branca, numa clara tentativa de criar uma polêmica desnecessária, que visa exclusivamente (explicações à parte), a curiosidade do público, a divulgação e o faturamento da produção.

Por fim, Vitória não chega a ser uma derrocada por tocar em alguns pontos que merecem muitas reflexões e ações, mas é tão óbvio e tímido que só mesmo em um domingo chuvoso valerá o ingresso.

Adorei seu ponto de vista!
Sendo-lhe bem objetiva no requisito exato no olhar da sensibilidade de ver do outro lado do personagem com uma cena que com a tese da violência no dia a dia,que está até hoje em dia.