#Tommaso, nome da personagem principal, e título do filme, é muito oportuno, pois o roteiro, de Abel Ferrara, faz o que se propõe, acompanha Tommaso, um ator americano, alcoólatra em remissão, casado com Nikki, descendente de russos, e pai de Deedee, de três anos, em suas relações familiares, profissionais e no AA. O fio condutor narrativo se alterna entre a realidade ficcional e o fluxo de pensamentos de Tommaso, sem grandes avisos, e conforme avança em direção ao clímax, mais seu fluxo imaginativo conduz a trama. A proposta é até interessante, mas carece de conflitos mais consubstanciados, apesar do expectador percebê-los, esses não ganham grandes importância na dramaturgia, deixando a desejar, e tornando-se um tanto cansativo e monótono.
A direção, também de Ferrara, é interessante, e apesar do texto transitar entre duas consciências, a real e a imaginativa, consegue conduzir a trama sem percalços. Willem Dafoe é o grande nome do elenco, e faz um belo trabalho com a protagonista, também transitando com assertividade entre as consciências de Tommaso. O resto do elenco é competente. Fotografia, arte, edição e música não chamam a atenção para destacá-las, positiva ou negativamente.
Tommaso, um filme com proposta diferenciada, talvez um pouco mal implementada, especialmente no texto, que acaba por não envolver o espectador em sua história, pois a aposta nas alternações de consciências não se concretizou de forma a cativar o público. Uma opção para um dia sem melhores opções.
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