Com a indicação de Michele Pfeiffer ao Globo de Ouro 2021 por esse trabalho, não há cinéfilo no mundo que não se sinta curioso e obrigado a conhecer não só o trabalho da veterana em #FrenchExit bem como a obra como um todo.
Dirigido por Azazel Jacobs e roteirizado pelo próprio autor do livro, Patrick deWitt, essa obra sobre a solidão com pitadas de humor negro quase descambando para o insólito desarrazoado, mas nunca perde o foco na formalidade cênica ainda que ouse transitar por um surrealismo que brinca com o absurdo.
A primeira vista, com tantos acontecimentos, comportamentos e diálogos estranhos (gostosos de se apreciar), e com a adição posterior de mais personagens deliciosamente malucos e com classe, podemos achar que se trata de uma comédia farsesca, porém o que está por sob tantas camadas de ironias inteligentes é uma tragédia sobre relações humanas muito bem desenhada.
A direção e edição são impulsivas prendendo-nos nos desenrolares situacionais, o figurino é deslumbrante e Michelle Pfeiffer imanta a tela de tal forma que fica impossível desgrudar os olhos dessa mulher estilosa, vestindo uma couraça de frivolidade enquanto caminha resoluta para o aniquilamento.
Seja como for, eis um trabalho para cinéfilos mais experientes habituados a arte e não ao comercial.
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