#Pinocchio, candidato aos Oscar de Melhor Maquiagem e Melhor Figurino, com certeza, merecia indicações em outras categorias, inclusive a de Melhor Filme ou Melhor Filme Estrangeiro, ou ambas. Entretanto, um filme que trata de valores morais, que os progressistas hollywoodianos consideram conservadores, chamar o mínimo a atenção para essa obra faz bastante sentido.
Pinocchio narra a saga do boneco de madeira no aprendizado da vida, sendo exposto a estereótipos e situações que ilustram caminhos e tentações que o afastam do crescimento saudável e responsável. O boneco aprende a não mentir, a assumir responsabilidades, a identificar pessoas e cenários que o desviarão da retidão, que a justiça muitas vezes pode condenar inocentes e inocentar culpados – qualquer semelhança da cena do tribunal com cenário da nossa história recente e ministros de nossa mais alta corte é mera coincidência –, que a vida é não é fácil e que os caminhos fáceis são, na realidade, os mais difíceis e muitas vezes perigosos, que o aprendizado pode ser enfadonho, mas é uma vitória pessoal e depende exclusivamente de cada um de nós, e, por último mas não finalmente, que cientistas e médicos podem se deixar enganar em suas vaidades, e, quando se trata de nossa própria saúde, o bom senso muitas vezes suplanta qualquer erudição.
E, na atualidade, onde uma grande maioria pode se identificar com o menino Lucignolo, que seduz Pinocchio para uma vida de eternos divertimentos, e muitos outros com o Gato ou a Raposa, que enganam o boneco para roubá-lo e obter benefícios, ainda alguns, que podem escravizá-lo e vendê-lo como uma mercadoria, mas, com certeza, onde poucos se identificarão completamente com as questões morais apresentadas, um filme como esse torna-se um espelho para expor idiossincrasias humanas de uma grande maioria e jamais será bem-vindo.
Pinocchio poderia facilmente concorrer aos prêmios de desenho de produção, fotografia, cenários, efeitos especiais, e, inclusive, música, mas tantas indicações chamariam demais atenção para um filme que apresenta padrões morais que não reflete os de grande maioria, inclusive em Hollywood.
A direção é muito boa, mas não vale tamanha comenda e o menino Federico Ielapi, como Pinocchio, merece muito mais destaque do que a menina muda de O Sol da Meia-Noite. Roberto Benigni muito possivelmente será identificado por sua interpretação monolítica, que remeterá às lembranças de A Vida É Bela, do que por sua compleição, pois está muito diferente com a idade, ilustrando que seu Oscar foi sazonal, e, muito possivelmente, não seria agraciado com um na atualidade.
#Pinocchio é um belíssimo filme, como muitos de antigamente, que trata de questões primordiais como valores, morais e comportamentos, tópicos, cada vez menos salutares nos dias de hoje. Vale demais assistir.
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