Filmes do tipo road movies onde uma simples viagem vai apresentando vários percalços sobre o caminho, em sua maioria, sempre são interessantes e, esse, “#OÚltimoÔnibus, ao inserir um octogenário frágil determinado a vencer os 1.400 quilômetros que separam sua casa na Escócia até a pontinha da Inglaterra superando suas debilidades e enfrentando inúmeros entraves pelo caminho é de uma ternura sem fim.
O diretor britânico Gillies MacKinnon trabalha muito bem os mistérios do roteiro onde, a princípio, pouco sabemos sobre o solitário protagonista e sua motivação para tamanha empreitada e, embora possamos suspeitar levemente, somos arrastados juntamente com ele de ônibus em ônibus, cidade pós cidade até que, somente nos minutos finais, tenhamos a compreensão de todos os motivos e de sua urgência em concluir o percurso.
Para nossa sorte, o papel caiu nas mãos do ótimo ator, Timothy Spall (O Discurso do Rei, Spencer e Mr Turner) numa personificação esplendida reproduzindo um homem pelo menos uns 30 anos mais velho que ele configurando um trabalho de ator digno de aplausos e admirações.
Questões como o melhor do ser humano e o pior dele vão surgindo de acordo com lugares e situações mescladas com boa dose de tensões e emoções ao logo dos prosaicos 90 minutos onde temas como a velhice e a solidão sucumbem diante da determinação.
Longe de “grandioso” até porque a proposta não busca isso, #TheLasBus trabalha com o simples e corriqueiro da vida - lida com a perda e a dor do luto - criando uma fábula realmente encantadora, pungente e comovente que se conecta empaticamente ao expectador de forma genuinamente singela.
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