Analise nº 1.661

A estreia na direção de Caitlin Cronenberg, filha do grande David Cronenberg resulta apenas em um ameaço de thriller de terror com uma pegada de filme sobre o fim do mundo, colapso ecológico, e a velha e conhecida família disfuncional lutando por sobrevivência dentro de uma mansão.

Assim sendo, #Humane não é uma estreia promissora para a jovem porquê conjuga boas ideias a partir de uma premissa intrigante onde nada nem ninguém é aprofundado deixando tudo numa superfície de limbo onde muito pouco ou quase nada nos é dado a saber sobre o contexto e mesmo sobre suas personagens.

Centrado apenas num dia/noite, com cenário único, o roteiro vai perdendo força ao cair no lugar comum e até mesmo a direção falha ao criar close-ups de muito sangue e armas brancas nas sequencias de lutas brutais sempre mal iluminadas beirando o sombrio, abandonado as boas ideias e investindo em um suspense duvidoso uma vez que, por não se aprofundar em nenhum personagem, fica-nos impossível torcer por esse ou aquele provocando em nós uma grande indiferença sobre quem vai morrer e quem vai sobreviver.

A impressão que fica é que o roteiro aponta para um caminho cheio de conceitos interessantes enquanto a direção se esquiva de tudo e aposta na elevação do terror gore para criar um suspense onde não há sustos nem surpresas. Ao fim e ao cabo eis um bom exemplo de total desencontro entre conceito e execução transformando uma estória que poderia ser muito bem contada em algo peremptoriamente trivial e descartável.

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