Baseado no conto britânico “The Djinn in the Nightingale's Eye”, e roteirizado por George Miller (Mad Max) e sua filha, essa gostosa, porém insuficiente produção fabulesca, centra seu cerne basicamente em um quarto de hotel em Istambul lançando mão de inúmeros e belos flashbacks para contextualizá-la.
Com uma ótima pegada que associa a magia atemporal à tecnologia atual, o roteiro nos presenteia com um encantamento de cores e sons enquanto nos provoca com o poder milenar das lendas e sua faculdade de nos despertarem sensações, reflexões e aprendizados não apenas sobre o mundo, mas também sobre nossas existências.
É claro que, na composição de uma fábula, o uso do CGI se faz necessário para dar-lhe sentido visual e, embora não sejam exatamente espetaculares, #EraumavezumGênio funciona com seu poder onírico que nos evolve e leva junto.
A dupla de protagonistas dispensa comentários e, por si só, já é uma delícia apreciar as atuações mesmo que o roteiro em seu terço final perca um pouco o ritmo e se confunda (ou a nós?) com questões novas e pouco desenvolvidas.
Seja como for, #ThreeThousandYearsOfLonging deixa-nos aberta uma brecha reflexiva sobre o quanto a tecnologia pode estar matando nosso poder de imaginação e nos alerta sobre o perigo dos desejos humanos na conta partida de suas realizações montando um inteligente – porém sutil – jogo de gato e rato, de crença e descrença, de ceticismo versus malandragem... de Tilda e Idris.
Vale se deixar seduzir.
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