O roteiro de #EntreLesMurs, vencedor da Palma de Ouro de seu ano, cumpre seu objetivo, apresentando um painel da educação na França, em local predominado por imigrantes ou por seus descendentes, explorando essa diversidade, que expõe situação que, até hoje, é observada, diversos declínios: do desempenho acadêmico de alunos; do respeito de alunos por seus mestres, e da consequente perda de respeito desses por seus alunos; da falta de interesse na educação, consequente da diminuição da percepção de seu valor; de limites que ora deveriam ser impostos pelos pais, mas que acabam sendo impostos pelo meio acadêmico, e da ascensão da condescendência exarcebada, que também não contribui para suas adequações à realidade do mundo. O texto, inteligentemente, confina toda a ação entre as paredes do colégio, fazendo jus ao seu título e a sua proposta, mas, como um mural, não analisa, critica ou propõe soluções para os cenários apresentados.
A direção coaduna com o texto, mantendo o confinamento durante a projeção, e conduz com mãos firmes um elenco de alunos, selecionado dentre os alunos parisienses, todos sem qualquer experiência própria, e o mesmo, pode-se dizer do de professores, a exceção do ator que interpreta a protagonista. Fotografia, música, edição e artes são excelentes, coadunando com os objetivos do texto.
#EntreOsMurosDaEscola, apresenta cenários tenebrosos na educação no nível médio parisiense, que não deixa nada a desejar ao visto em muitos países, inclusive no Brasil, e que nos últimos doze anos somente se acentuaram. Vale muito assistir.
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