O representante da Áustria e pré-selecionado entre os 15 melhores na categoria Melhor Filme Internacional no #Oscar2023, é sobre a vida da imperatriz Elisabeth da Áustria também conhecida por Sissi imortalizada pela trilogia de filmes da década de 50, protagonizada por Romy Schneider, compondo uma heroína volátil, feliz e romântica que levou multidões aos cinemas.
Nada mais longe da vida real, é o que nos mostra #Corsage ou espartilho, em bom português, ao retratar uma mulher complexa, obrigada a viver num mundo repleto de regras e etiquetas (a corte de Viena), tendo que se limitar a um papel meramente decorativo a sombra do marido e, mesmo assim, lutando bravamente contra seu senso de dever para com todos num constante duelo interior com sua inadequação a tudo que a cercava como o fantasma do envelhecimento, da perda da beleza e do paranoico medo de engordar que a levaram a depressão, ao vício e a viver em constante fuga através de incontáveis viagens pelo mundo.
O roteiro é coeso, mesmo com algumas liberdades criativas, a direção é precisa enquanto a direção de arte prima pelo impecável, bem como figurinos, iluminação e trilha sonora, mas nada disso acrescentaria muito se não fosse a impressionante atuação de Vicky Krieps, vencedora em #Cannes2022 do Prémio de Melhor Atriz, que galvaniza e eleva a personagem a um patamar riquíssimo de camadas, nuances, silêncios e atitudes.
#Corsage é cinema em sua mais pura expressão e, ainda que não seja história para o gosto de todos, perturba enquanto amarra e aperta, aperta e amarra, cada vez mais...
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