Análise nº 1.674
O novo drama francês, dirigido pelo cineasta e roteirista, Christian Carion, que passou quase despercebido pelos cinemas brasileiros, mas que conquistou a crítica e o público francês por suas belas imagens de um verdadeiro tour por Paris e pela simplicidade de sua estória sobre a finitude da vida, vale sim uma boa visitada.
Com apenas duas personagens: a simpática e solitária nonagenária repleta de lembranças indo de vez para uma distante casa de repouso e um rabugento motorista de táxi com seus problemas pessoais #UnBelleCourse estabelece gradativamente uma agradável dinâmica entre eles que serve como uma visita ao passado dela formatando todo o âmago emocional de uma tocante estória.
É uma pena que o roteiro não se aprofunde muito no arco dramático de algumas interessantes estórias contadas por ela perdendo grandes oportunidades, porém e ainda assim, #ConduzindoMadeleine, que se utiliza de alguns flashbacks, prefere caminhar por alguns clichês para criar grande empatia ao longo de toda sua jornada de vida onde emoções, cheiros e sabores de um passado são revividos e nos embalam.
O fato da dama em questão ter se tornado ao longo da vida um grande ícone feminista nos é revelado quase ao final em apenas um rápido recorte enquanto os “dramas” pessoais do motoristas, sempre sugeridos, nunca são abordados de fato deixando o roteiro mais raso que o prometido por abandonar boas ideias ao longo do caminho carecendo de um melhor desenvolvimento do roteiro.
Mesmo com esses percalços, encontramos beleza e grande humanidade na conexão que se estabelece entre eles nas poucas horas que permanecem na jornada que ela tem tão pouca vontade de terminar, entretendo-nos e nos fazendo refletir sobre a velocidade da vida e as belas memórias que nos sustentam rumo a finitude.
Vale muito a viagem!
TRAILER
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