Essa que é uma das repúblicas da Federação da Rússia, é conhecida mundialmente como a capital da intolerância por conta do governo do cínico Ramzan Kadyrov, apoiado por Vladimir Putin que persegue, prende, tortura, assassina e incentiva as famílias e toda a população a agredirem com máxima violência homossexuais e bissexuais.
É nesse cenário impensável no século XXI, que o documentário semifinalista no Oscar 2021, #WelcometoChechnya, em seus 107 minutos, contextualiza essa bizarra realidade que atinge milhares de seres humanos através de um grupo que se arrisca a abrigar secretamente os perseguidos enquanto providencia meios de retirá-los do país rumo a Europa ou Canadá.
Utilizando-se de pessoas reais como personagens cujo os rostos são digitalmente alterados para não sofrerem mais perseguições (isso é avisado no início do longa), a narrativa juntamente com a montagem e trilha sonora, vem carregada de um sentido de urgência muito incomodo configurando um suspense de extração repleto de tensões e dramas tão tocantes quanto verídicos.
A direção de David France é firme, costurando muito bem a narrativa principal com chocantes vídeos amadores e recortes de entrevistas e jornais de TV, ampliando a indignação de qualquer expectador diante de uma ideologia-social tão ignóbil quanto a que levou milhões de judeus ao holocausto.
Assim, #BemvindoàChechênia, com seu grito de socorro para o mundo, torna-se o mais importante documentário deste ano (injustamente banido dos 5 finalistas para abrir lugar para o muito menos importante “Time”), servindo como um alerta sobre os enormes perigos de governos absolutistas e seus déspotas draconianos massacrando minorias.
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