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Foto do escritorFábio Ruiz

Atlantis – Ucrânia – 2019


#Atlantis, indicado da Ucrânia ao Oscar deste ano, já descartado pela Academia, possui uma estrutura narrativa interessantíssima. Com uma espinha dorsal breve e tênue, com pouquíssimos diálogos, preenche com a imagética o que o texto deixa de dizer, acompanhando sua protagonista, um ex-combatente ucraniano na guerra entre Russia e Ucrânia na disputa pela Crimeia, invadida pelos primeiros, as imagens além de construirem a estória dessa personagem, constroem um belíssimo painel sobre a desolação, a destruição, e as consequências da guerra tanto sobre as pessoas, quanto o local, tentando finalizar histórias de desconhecidos perdidos nos combates, tanto de um lado, quanto do outro. Há um pequeno equívoco nas imagens, quando o ator entra de cueca no banho em uma caçamba de trator abandonada em lugar deserto, quando faria sentido que o fizesse completamente despido.

A direção, do também autor do roteiro, Valentyn Vasyanovych, é muito boa e preenche com imagens, e bastante precisão, as muitas lacunas do brevíssimo texto. O elenco é ótimo, especialmente o protagonista, e cumpre também a missão de completar com suas interpretações o que não verbalizam. Os critérios técnicos são todos muito bons, especialmente a fotografia e a produção, que faz um belíssimo trabalho de escolha de cenários reais.

Atlantis é um tratado sobre guerras, contundente, duro e difícil, para nos lembrar de todas as suas idiossincrasias e suas naturezas prescindíveis. Vale muito assistir, apesar do ritmo um tanto lento da dramaturgia imagética.





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