Analise 1.702
Saído do Festival de Cannes com o prêmio de Melhor Roteiro #ASubstâcia, da diretora francesa Coralie Fargeat, a mesma de Vingança (2017) Que você pode ler aqui, não irá surpreender quem conhece o estilo da diretora que investe em descartar o verossímil em prol do bizarro, apenas para propiciar impacto pelo grotesco.
Partindo de premissa bem interessante que pretende falar sobre a obsessão feminina pela bela aparência – e dos inúmeros e mais frequentes procedimentos estéticos – e, também, criticar a grande mídia que pressiona tenazmente por rostos e corpos cada vez mais jovens, trabalhados e sensuais como produtos de vendas e faturamentos para uma sociedade cada vez mais ávida desses atributos, sem dúvida teríamos um ótimo material para um grande filme se não fosse a fixação da diretora no estilo gore com muito sangue e vísceras.
Trazendo uma bela Demi Moore hiper sexualizada e um Dennis Quaid mega caricato que, até aí, funcionam muito bem dentro da sátira, a narrativa evoluiu para o mórbido e o body horror sem nenhuma intenção, nem pretensão de passar qualquer mensagem para o público a não ser a sensação de náusea. Seria inteligente se não fosse repulsivo.
Utilizando-se de enquadramentos grande angulares buscando a infinitude e misturando-os com closes em prol da concretude enquanto a trilha sonora separa e pontua bem esses dois olhares, A Substância é uma fabula tão atual como abominável e perversa apenas para um público restrito, muito específico e amantes do Omeprazol.
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