O grande diretor Paolo Sorrentino (A Grande Beleza, Juventude), usa de sua belíssima Nápoles natal, nos anos 80, como pano de fundo para contar-nos uma estória de amadurecimento - quase uma biografia recheada de licenças -partindo de uma família tipicamente napolitana para inserir o protagonista (O ótimo e naturalíssimo Filippo Scotti), numa narrativa linear dividida em dois tempos onde, a comédia do primeiro tempo vem mesclar-se com a tragédia que permeia o segundo.
Utilizando-se de personagens deliciosamente excêntricos que permitem uma abordagem objetiva que transita entre o entre o realismo e o surrealismo distinguidas pela fotografia em tons vívidos que aos poucos alterna para tons mais sombrios, #ÈStatalaManodiDio, é uma perfeita viagem nostálgica à anos, costumes e momentos passados refletindo sobre questões eternas das famílias, da humanidade e da puberdade.
#AMãodeDeus, em seus 130 minutos de projeção, é um belíssimo mosaico de situações e diálogos inteligentes onde com estrema habilidade o roteiro lida com o trivial sempre brincando de criar uma expectativa de grande acontecimento nas próximas sequencias, algo que funciona muito bem até certo ponto, mas que para além dele, independente da beleza cênica, acaba por alongar-se um pouco em algumas passagens correndo o risco de quase derrubar o pico de interesse tão bem construído.
Assim, #TheHandofGod, é uma bela jornada de descobertas que passam pelo primeiro ato sexual, futebol, meandros obscuros familiares, a paixão pelo cinema e como lidar com a incomensurável dor da perda. Sensível, leve, dramático, reflexivo e belo.
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