#LaDaronne, baseado no romance de Hannelore Cayre, tem um início promissor, trazendo questões interessantes envolvendo tráfico de drogas e imigrantes, mas não os explora e descamba para uma comédia policial, onde a protagonista, uma interprete de árabe da polícia, traduzindo interceptações telefônicas em curso, acaba por se envolver no mundo do crime, quando o texto começa a trilhar caminhos inverossímeis, sem grandes peripécias ou reviravoltas, que cada vez mais se agudizam, caminhando para um final pouco crível. Entretanto, o a trama, apesar de tangenciar a inverossimilhança, e não adentrar veredas mais obscuras, que o tornariam mais interessante, mantém o interesse, muito pela simpática protagonista.
Isabelle Huppert, em mais uma atuação estupenda, cria uma personagem rica, multifacetada, e contribui demais para manter o texto verossímil, evidenciando uma franca concorrência com Meryl Streep para o posto de melhor atriz da atualidade. A direção de Jean-Paul Salomé é muito boa, conduzindo um elenco diverso com mãos firmes, que acaba por não fazer feio. Critérios técnicos são muito bons, mas a fotografia se destaca dos demais.
#MamaWeed, um filme com potencial para explorar temas relevantes e interessantes na atualidade, mas que acaba por seguir por caminhos mais leves, sem perder a criatividade, muito pela brilhante atuação de Huppert. Vale assistir.
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