Analise 1.708

O Indicado pela Suécia a uma vaga de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025 é um documentário que parte de uma premissa simples, evolui para um desenvolvimento simples e, no entanto, beira as raias do emocionalmente real, tocante e comovente.
Partindo do amor e dedicação de um filho por seu pai de 80 anos, que resolve trazer de volta o amor e a disposição pela vida que seu pai perdeu após a aposentadoria, compondo um road movie memorável onde, não só a belíssima cinematografia, trilha sonora e roteiro lançam luz sobre tema universal como envelhecimento, memórias, família e como usufruir cada momento da vida da melhor maneira possível.

A jornada em busca de recriar e revisitar momentos gloriosos e felizes do passado revivendo lugares e situações, mistura com muita habilidade situações engraçadas e até complicadas, mas sempre dentro de uma encantadora ótica de otimismo e vivacidade pelo trio de protagonistas que dão um verdadeiro show naturalista em suas interpretações já que vivem a si próprios.

E a viagem segue enquanto o filho se fecha em negação diante do evidente envelhecimento do pai fazendo de tudo para motivá-lo, o próprio pai encara o processo e as dificuldades com galhardia, serenidade e bom humor durante toda a incrível jornada.

Em um outro nível, também abordado, A Última Jornada é uma verdadeira homenagem aos professores e o quanto podem ser inspiradores para as futuras gerações à medida que não só moldam, mas transformam destinos de seus alunos.

Dirigido pelos irmãos Filip Hammar e Fredrik Wikingsson, mistura e insere também ao longo da história vídeos caseiros de tempos, de férias em família já vividos que contextualizam a perfeição um quadro muito íntimo da história da família que tentam, nessa jornada reviverem na intenção de que a memória restabeleça o vigor de uma alma literalmente deprimida.

Enfim, A Última Jornada com sua terna dinâmica entre pai e filho fornece uma ótica naturalista – mas otimista – sobre os desafios do envelhecimento e o quanto isso afeta a todos ao redor, tocando delicadamente em um tema universal que, com toda certeza, eclodirá uma forte e ressonante empatia em espectadores de todo o mundo e de todas as idades.

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