O filme mais visto na história da Polônia (um dos países mais devotos do mundo) e que bateu o recorde de ‘Avatar’, com mais de três milhões de ingressos vendidos e que causou enorme polêmica em todos os setores da sociedade Polonesa, por incrível que pareça, tem o foco apontado para o lado também negro e sórdido da igreja Católica.
Dirigido pelo célebre autor e diretor Wojciech Smarzowski, conhecido por trabalhar com temas complicados, e reunindo um elenco mais que respeitável de atores poloneses, #Kler, que segundo o próprio diretor é inspirado em fatos reais, centra sua ótica na estória de três padres construindo um potente drama onde suas personagens são tão vítimas quanto vilãs das engrenagens e de um sistema montado muito mais para encobrir que denunciar as vicissitudes de seus membros.
Com interpretações consistentes e edição problemática, #Clergy não teme tratar de assuntos como: estupro de vulnerável, aborto, extorsão, alcoolismo, negociatas, subornos, chantagem e mancomunação com as esferas políticas e empresarias e, isso tudo, sem cenas apelativas ou mesmo aviltantes posto que a narrativa por si só já o é.
Com inserção de rápidas e curtas cenas de depoimentos de sobreviventes de vários tipos de abusos, este trabalho propiciou a coragem necessária para que outras vitimas viessem a público denunciar as transgressões dos sacerdotes e, embora não atinja uma maestria de trabalhos como “O Clube” ( Urso de Prata em Berlim; comentado em 29/03/16) e “O Bosque de Karadima” ( comentado em 09/09/2016.), “ Obediência Cega” (comentado em 10/12/15) e nem a pegada investigativa-jornalistica de “Spotlight” vencedor do Oscar de melhor filme ( comentado em 02/01/16), eis um trabalho tão corajoso quanto necessário.
Ps1: Sem previsão de estréia no Brasil, só pode ser encontrado nos serviços de Streaming
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