top of page
logo.png
  • Foto do escritorFábio Ruiz

Chá Com As Damas – Inglaterra – 2018

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Joan Plowright, Eileen Atkins, Judi Dench e Maggie Smith, quatro Damas inglesas, premiadíssimas, tanto no cinema, quanto no teatro, antes de mais nada, amigas, que há décadas reúnem-se na casa de campo de Plowright, agora viúvas, abrem as portas de seu retiro para Robert Michell, diretor de Um Lugar Chamado Notting Hill, e compartilham mais do que um chá com os espectadores.


Um rico e delicioso documentário com quatro mulheres artisticamente incríveis e com histórias de vidas impressionantes, que se cruzam nos palcos, nas telas, e na vida real. Michell parece deixar a conversa fluir ao largo, intervindo, aqui e ali, com perguntas para direcionar o conteúdo desejado, e consegue construir uma narrativa que reconta a história dessas quatro mulheres, além de revelar muito de suas personalidades, de seus egos, e de suas diferenças. Muito é verbalizado, mas um mesmo tanto é desvelado em silêncios, às vezes, constrangedores, ou em meias frases que podem ser concluídas pelo espectador. Michell remonta suas origens, suas trajetórias artísticas, principalmente no teatro, onde se cruzam em torno de Laurence Olivier, na época, já marido de Plowright, mas também no cinema, onde Joan, Judi e Maggie compartilharam a tela em Chá Com Mussolini de Franco Zeffirelli, em 1999, entre outros. Habilmente, Robert consegue desnudar, com muito bom humor, as Damas em idades avançadas, suas conjunturas, as dificuldades auditivas e visuais, especialmente de Plowright, que, perceptivelmente, está quase cega, seus temores, suas expectativas, pois todas ainda querem trabalhar, e suas percepções e decepções em um mundo de séries e continuações, como, por exemplo, os comentários de Maggie sobre as gravações dos filmes de Harry Potter.


A direção de Michell foi muito perspicaz ao dar liberdade e corda às Damas para construir o conteúdo desejado e, ao mesmo tempo, granjeou a naturalidade nas emoções e tensões sempre constantes. A pesquisa é excelente, e preenche as lacunas do verbalizado com imagens riquíssimas que nos são mostradas, e também, às vezes, a elas, quando podemos saborear as suas reações diante de conteúdos que desconheciam existir. A fotografia, casual, contribui ao tom de espontaneidade de um chá.


A trajetória de quatro mulheres brilhantes e premiadíssimas – entre elas, são três Oscars, dois de Smith e um de Judi, sete Globos de Ouro, dezenove Baftas, entre outros –, em idade avançada, Judi e Eileen têm 84 anos, Maggie faz 84 amanhã, e Joan, 89, com muita humanidade e bom humor. Vale assistir.

TRAILER

bottom of page