O representante da Finlândia a uma vaga no #Oscar2019 é um trabalho forte, repleto de crueldades, com pegada de filme B e muito perturbador.
Com um roteiro que foca em seu protagonista, o homem misantropo e, portanto solitário que prefere os animais às pessoas (por conta de um trauma infantil), que se dedica a abreviar o sofrimento dos animais que lhes são confiados para uma “boa morte” e situado a ação numa região suburbana da Finlândia é, sem dúvida um trabalho de difícil digestão ainda que a direção nos poupe de imagens drásticas.
Ao nos contar sobre o cotidiano de seus sofridos poucos personagens, o roteiro sustenta o tempo todo uma aura sombria onde, previsivelmente, pode-se concluir que nada de bom acontecerá com aquelas pessoas e, ainda que todos sejam dignos de pena por suas falhas morais, dificilmente o expectador nutrirá alguma simpatia ou terá condescendência para com eles.
Embora seus personagens sejam facilmente reconhecíveis como elementos humanos, o misturar vinganças com crueldades, a estória vai tomando contornos bizarros muito perto do horror e cada vez mais se aproximando do lado escuro dos homens e mulheres de tal forma que, até mesmo o quinhão de amor que a estória nos oferta, tem nele sua boa gama violência.
Propositalmente sujo esteticamente falando e com uma edição também intencionalmente grosseira, #Euthanizer é o tipo de filme complicado de acompanhar principalmente para quem gosta de animais por conta de sua aposta no realismo visceral onde, matar bichos de estimação ou pessoas cruéis estão no mesmo patamar da insanidade.
Não vai dar Finlândia!
TRAILER