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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Um Segredo Em Paris – França – 2018

Atualizado: 6 de ago. de 2020


Viviane Dolmane, a Mavie, uma francesa do interior, mora com uma amiga em Paris, dormindo no sofá, enquanto a outra faz sexo rumoroso no quarto com seu amante, quando conhece Georges, através de uma oportunidade de trabalho, na qual poderia ter um local próprio. Contudo, a relação com esse aufere dimensões inesperadas.

O roteiro de Élise Girard, chamado “Drôles D´Oiseaux, pássaros estranhos em francês, faz mais sentido com esse título. Lolita Chammah vive Mavie, uma jovem em seus vinte e tantos, e Jean Sorel vive Georges, um homem em seus setenta. Apesar da diferença de idade, uma relação de amor, assexuada, surge entre os dois, e os segredos entre os dois são desvelados, mas não necessariamente ao espectador. Simultaneamente, as gaivotas, em Paris, manifestam o estranho comportamento de morrerem como “Kamikazes”, caindo, inesperadamente, dos céus. Tudo causa estranhamento, os comportamentos de Mavie, de Félicia, sua amiga, de Georges, de Roman, que a protagonista conhece atipicamente em um cinema vazio na ausência de Georges, que como a morte bizarra dos pássaros, são insólitos, suas relações, anômalas, exorbitando a excentricidade e, talvez, seja essa a natureza humana e de nossas experiências e relacionamentos, tudo, estranho. Apesar da tese ser interessante, o resultado não passa de um painel, um panorama, mas tudo parece se encaixar como em uma teoria da conspiração. A direção também de Élise Girard é proeminente, aproveitando da beleza da cidade em seus oportunos enquadramentos. Lolita e Jean conseguem, apesar da ausência de grandes conflitos, estabelecer as tensões que fomentam oposições interessantes, mesmo que superficiais e deslocadas. Jean, apesar de seus oitenta e quatro anos, aparenta uns setenta, e apresenta grande forma física e artística. Virginie Ledoyen, a Félicia, e Pascal Cervo, o Roman, entregam atuações competentes. A fotografia e iluminação, especialmente em ambientes fechados, é excelente e valoriza os cenários. A música é interessante, mas nada especial, a arte é ótima, idem, a edição.

Uma análise da sociedade, díspar e exótica, onde todos têm sua porção de excentricidade e são um tanto elusivos, mas sem um desfecho para a tese tão interessante e tangível. Uma opção interessante.

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