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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Hora de Morrer - Polônia-2007

Atualizado: 5 de ago. de 2020


Com fotogramas que são verdadeiras aulas de enquadramentos, trata-se aqui de um poema capturado em luz e sombras onde tudo é absurdamente perfeito, elegante, tocante e singelo. A sensibilidade da direção trata o tema velhice e solidão com tamanho respeito e delicadeza que não há como não se encantar já na primeira cena e acompanhar a plástica irretocável que acompanha a narrativa sobre a idosa que vive isolada com sua cadela contemplando em surdina um mundo que lhe é desconhecido e hostil já que todos estão apenas interessados em sua morte para conseguirem sua igualmente velha, mas valiosa propriedade.

Acompanhar a protagonista que enche a tela com suas expressões magníficas em close-ups, a estrela Danuta Szaflarska, que, ao contrário do que o título induz a pensar, é ironicamente encantadora, alegre, vivaz, briguenta e tão esperta quanto irredutível em meio a uma cenografia requintada, trilha perfeita, diálogos e muitos monólogos da maior inteligência e vitalidade, “Time to Die” entra para a galeria dos clássicos mais belos do cinema sendo difícil descrevê-lo em palavras, pois é feito para olhos e arrepios provindos de emoções produzidas pela beleza da sétima arte.

Aliás, o cinema Polonês é mestre em apresentar obras deste calibre, singelas e retilíneas nas tramas, mas fomentando uma experiência riquíssima às raias da perfeição estética- interpretativa a ser saboreada minuto a minuto com um sorriso nos lábios e, por isso, é de se lamentar que trabalhos deste porte fiquem escondidos sob assoalhos empoeirados do desconhecimento e tenhamos que arrastar pianos para descobrir uma caixa de jóias preciosas como a maior interpretação canina da história do cinema.

Assim, “Pora Umierać” do longínquo ano de 2007, é cinema puro na sua essência, magnífico e portentoso na mais alta concepção da palavra arte. Bravo!

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