
Tendo como ponto de partida um poema, e acreditando que esta característica seja imprescindivelmente espetacular, o curta Negative Space explora um relacionamento entre pai e filho através da “arte” de fazer as malas. Sim, isso mesmo que você leu. Fazer as malas! Utilizando stop motion como técnica, o filme destaca texturas e sentimentos específicos que estão, associados a roupas e objetos do cotidiano, o que traz certo senso de credibilidade para cada cena, as justificando. Como memórias afetivas estivessem conectadas ao “ritual” e aos objetos ao invés de sentimentos comuns. Negative Space tenta, e consegue, através dessa perspectiva, dar importância as conexões que possam ser consideradas frias em detrimento a outras melhores, afetivamente falando. O que leva o espectador, em pouco mais de quatro minutos, a reflexões sobre a importância de estabelecer conexões afetivas, independentemente de como, onde e quando elas sejam feitas. Além é claro, de nos trazer de volta o prazer de certas memórias. Sendo indicado ao Oscar de melhor curta de animação 2018 e vencedor do Anima Mundi 2017, que cai entro nós, não é para qualquer um, temos aqui um trabalho que cativa pela técnica, embora não seja nenhuma novidade, e que, de uma maneira completamente inesperada, nos leva a refletir sobre coisas das quais jamais pensaríamos. A não ser que você tenha lido o poema em questão, neste caso, a experiência será bem melhor que o esperado.

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