Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2017, incluso nos cinco melhores filmes estrangeiros na disputa do Oscar 2018, é um trabalho longo (2 h, 30 m), e um prato feito para intelectuais e donos das verdades envernizadas elucubrarem um sem número de mensagens subliminares contidas em sua arrastada, fragmentada e mais que tediosa narrativa. Ok que o diretor e roteirista Ruben Ostlund (especialista em reações humanas em situações drásticas), já nos tenha brindado com o ótimo “Força Maior” (2014), mas ao abordar o hermético valor da arte contemporânea fazendo um contraponto critico e humorístico com a classe social abastada e intelectual Sueca, numa sucessão de situações inusitadas (que pretendem refletir um dia-a-dia), porém sem nenhuma força de coesão ou mesmo empatia acaba por destruir a cadência narrativa a ponto de ter que apelar para outros núcleos de personagens para chegar a algum lugar escrito fim, deixando no ar um sentimento de vergonha alheia muito próximo do caos da monotonia em sua sucessão de esquetes com falta de uma dramatização mais robusta que sustente a estória. Vale ressaltar os magníficos planos-sequência que demonstram a destreza da direção, mas isso não basta quando a dramaturgia falha miseravelmente em detrimento da presunção de uma arte abstrata e conceitual feita pequena na profundidade empática de um roteiro quadrado, polido a exaustão em linhas douradas e pretensiosas demais. PS: Em cartaz e pode até ganhar o Oscar, mas é pura elucubração de penico para "intelectualóides" do primeiro mundo discutirem seus problemas sócio- existenciais, bem distantes da universalidade que pretende alcançar.
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