Com um plot mais que interessante sobre mães que criam filhos para serem eternos dependentes emocionais delas transformando-os em seres mimados e chantagistas e, depois, sofrem as conseqüências por não conseguirem ter vida própria, “Lolo” opta pela comedia para desenvolver o ótimo tema. Embora não seja exatamente uma novidade temática no cinema, o novo filme de Julie Delpy, peca exatamente neste ponto ao tratar de assunto tão importante e atual de forma cômica, excluindo todas as possibilidades de reflexão em prol do riso fácil em nada favorecendo a empatia com personagens e assunto. Ainda assim, o desvio da comédia pastelão pela inserção de piadas bem picantes e inteligentes sobre mulheres com mais de quarenta anos de idade que sonham com o amor e ou reconstruir suas vidas amorosas, é interessante, previsível e divertido. Delpy consegue compor uma mãe bem sucedida profissionalmente, com algumas pitadas de neuroses na vida pessoal, determinada a voltar a ter uma vida amorosa concreta, mas absurdamente cega e ingênua quando o assunto é seu filho: o já adulto psicopata disfarçado, meigo e carinhoso que ela insiste em manter sob suas asas. Ponto para Vincent Lacoste que compõe o ótimo e parceiro filho, que apóia fortemente os sonhos da mãe enquanto manipula inteligente e emocionalmente todas as circunstâncias para que nada de certo e jamais perca o sutil e total domínio que exerce sobre a mãe. Com ótima fotografia de Paris, trilha e atuações, LOLO: O filho da Minha Namorada, perde a oportunidade de refletir com mais profundidade sobre a existência desse tipo de filho tão "amigo", mas diverte na medida certa e deixa o alerta no último ato.
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