A premissa inicial de focar a jornada de Jesus pelo deserto e as tentações sofridas narradas na Bíblia, é algo que pode decepcionar feio; bem feio, seja você religioso ou não.
A conhecida passagem sobre a tentação de Cristo, ao trazê-lo para um plano humano e terreno, poderia ter sido um grande acerto, mas o arco narrativo perde-se em si mesmo ao ficar dando voltas no mesmo ponto sem nunca chegar a uma definição nem mesmo acabamento.
Com Ewan McGregor personificando Jesus e o diabo ao mesmo tempo, a opção por pouquíssimos diálogos e cenas que pouco ou nada acrescentam, “Last Days in the Desert” tem seu ponto alto apenas no deslumbrante cenário e na bela fotografia que aproveita a luz natural, resultando em obra confusa, sem graça e porque.
É apenas um fragrante desperdício de um tema que poderia ter rendido uma boa estória, um desperdício de um grande ator que poderia ter-se esquivado de algo tão morno ( mesmo no deserto escaldante), quanto entediante.
Se você aprecia belas paisagens, evite a estréia em 08/09/ 2016 e vá para a National Geographic Channel.
Será muito mais interessante.
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