Baseado no best-seller australiano sobre a vida do ator, Timothy Conigrave e sua longa história de amor com o atleta John Caleo nos anos 70 e 80, no auge da epidemia da AIDS, abre com a premissa de apresentar um drama histórico, no mínimo, comovente. Ledo engano!
A profusão de interessantes temas como: descoberta do amor na juventude, reações familiares, rejeição, preconceitos, homofobia e o drama sobre a doença fatal recém descoberta, todos ficam boiando numa superfície rasa carecendo de aprofundamentos dramáticos que, nem mesmo os mais de 120 minutos conseguem criar o interesse pela narrativa.
Pelo contrário, as inserções de inúmeras cenas absurdamente desnecessárias reforçam o descaminho adaptativo da obra.
Repleto de clichês de gênero, quase se salva pela interpretação dos dois protagonistas, pelas cenas de sexo quase explícito muito bem feitas, mas não é o bastante para causar alguma comoção e ou interesse maior na longa e cansativa jornada.
De quebra, alguns espantos com as insignificantes participações de atores mundialmente conhecidos como Geoffrey Rush e Guy Pearce que nada acrescentam.
A tentativa de pontuar o roteiro com vários sucessos musicais das épocas, funciona apenas no início, mas vai perdendo força a medida que o desenvolvimento caminha a passos lentos; bem lentos.
Assim, Holding the Man fica apenas como um claro e bom exemplo de como roteirista, direção e edição se perdem ao traduzir uma obra literária para o cinema, descambando pro tedioso perdendo a oportunidade de aproveitar o grande potencial de uma história.
Melhor assistir The Normal Heart (2014)
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