O pré-candidato ao Oscar 2016 pela Áustria, parte de um roteiro muito pouco original e já explorado por outros trabalhos, mas ainda assim, mantêm uma personalidade autoral distinta que fomenta a dúvida constante para manter o suspense. E o faz bem quando trabalha de forma minimalista ao extremo as questões psicológicas da narrativa . Ao fugir dos moldes pré-concebidos de Hollywood no gênero, seja na trilha, fotografia e cenografia, investe na antítese do conceito “suspense-terror” com seus espaços amplos, sempre com muita luz e, incrivelmente, não perde o tom. Ao escapar da condução repleta de ação, optando por uma construção com uma dinâmica mais lenta na qual as “pistas” vão surgindo naturalmente, sabe exatamente como fazer para construir uma angústia incômoda, produzindo desconforto na platéia com apenas três atores em cena. Incrível! Não olvidando de vários simbolismos estéticos que contribuem enormemente para o mergulho na psique das personagens, “Goodnight Mommy’ alterna a perspectiva do vilão e mocinho gerando dúvidas e com algumas boas surpresas pelo caminho. É bem possível que “Ich seh, Ich seh”, decepcione exatamente no último ato, no desfecho, quando abandona o suspense e revela-se por caminhos de terror paranormal; que pena. Mas ainda que distante de uma obra prima, levando em conta toda a construção, vai situar-se na categoria “ame ou odeie” , mesmo que tenha seu valor fílmico incontestável. Será, Áustria? Achamos que ainda não...
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