top of page
logo.png
  • Foto do escritorCardoso Júnior

Nise – O Coração da Loucura – Brasil-2016.

Atualizado: 17 de ago. de 2020


A cinebiografia da Dra. Nise da Silveira tem seu primeiro mérito ao apresentar, para quem desconhece, o revolucionário trabalho clínico feito por essa psiquiatra na década de 1940.

Em tempos que a loucura era tratada com pressupostas modernas técnicas de eletro choques e lobotomia, a inserção do afeto holístico preservando a dignidade humana e o “tratamento” através de terapias ocupacionais baseadas no amor, respeito, arte e animais, é o recorte escolhido pelo roteiro para nos contar sobre o trabalho desta pioneira que, parece ainda não ter sido totalmente absorvido ou aplicado por alguns dos frios, rápidos e médicos executivos dos dias atuais; lamentavelmente.

Por certo, o foco no trabalho e seus resultados foi uma escolha acertada que, infelizmente, parece esquecer disto nos momentos que insere aspectos da vida pessoal da retratada que são mal explorados, não acrescentam, não elucidam e só contribuem para a quebra do ritmo perigando deixar ( e deixa), a continuidade mais lenta.

Outro acerto na película é a forma linear do desenvolvimento evitando os desgastados recursos dos flashbacks e dos batidos créditos finais que, usualmente, acompanham de forma explicativa o gênero biográfico.

A opção pela câmera de mão, em muitos enquadramentos, propicia a aproximação dramática facilitando a empatia ou antipatia com os personagens, escapando da armadilha do melodrama lacrimoso, amparada por uma direção de arte competente com nota para a fotografia que acompanha com a evolução da luz as mudanças temporais facilitando o mergulho na densidade cênica e na reconstituição de época.

O designer de som conversa bem com a proposta e o elenco é mais que convincente embora a protagonista insista em um tom repetitivamente monocórdio despido de inflexões que não chega a desmerecer o trabalho, mas engessa a personagem.

Enfim, este drama biográfico cumpre, sem maiores pretensões, a função de, por fim, divulgar a figura emblemática de Nize da Fonseca e seu importante trabalho humanitário através do amor e do expressionismo da arte.

Se não é exatamente perfeito, e não é, configura-se em leitura interessante para o grande público e obrigatório para a classe médica refletir mais profundamente sobre a humanização da medicina.

TRAILER

© 2020 por ACADEMIA DE CINEMA. Criado por Matheus Fonseca, todos os direitos reservados.

  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • Instagram-v051916_200

CURTA-NOS NO FACEBOOK

bottom of page