Baseado no romance de André Sollie, essa história de amor juvenil, aposta na delicadeza e sensibilidade sem excluir a realidade de uma trama bastante simples. Com apenas seis personagens, todos muito bem desenvolvidos, direção e roteiro focam sobre o protagonista (desde a infância), buscando com muita sutileza e veracidade traduzir através de poucas falas e diálogos uma alma tímida e contida. Com fotografia que explora ao máximo o jogo de cores de maneira sensacional, trilha equilibrada e atuações realistas, “Noordzee, Texas” transita suavemente pelas descobertas sensoriais da infância à juventude sem apelar para clichês de gênero. A direção prefere explorar os detalhes e aprofundar-se na profundidade dos olhares a despeito das falas, centrando o epicentro emocional no calado mas intenso protagonista, segue-o em sua jornada de descobertas enquanto nos mostra sua maneira corajosa e determinada de lidar com inúmeras frustrações do âmbito familiar afetivo. Em tempos de tantas brutalidades cênicas, tantos desamores, “North Sea Texas”, deixa uma mensagem de que sonhos sonhados podem ser realizados e, ainda que fique equidistante de uma grande obra cinematográfica, já que não tem tal pretensão, é um trabalho gostoso de ser acompanhado pelas nuances de um singelo e simpático conto de amor que, para o gênero, reserva um final surpreendente.
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