Com um plot absurdamente simples e desdobramentos enxutos e perfeitos, essa nova visão de como travar uma guerra, faz uma perigosíssima mistura de temas como: Espionagem com tensão máxima + suspense total, + drama + terrorismo atual + conflitos éticos + política internacional; ingredientes suficientes para destruir um roteiro, mas para a felicidade dos cinéfilos, torna-se um dos filmes mais originais e bem realizado dos últimos tempos. A expertise do roteiro, que ainda ousa situar a ação em vários pontos do mundo ao mesmo tempo, evita a batida armadilha de contar uma estória enchendo-a de cenas de ação e câmeras nervosas. Ponto para a edição que acerta em cheio no ritmo e para a brilhante montagem que mantêm coesa e muito clara a trama. Outro acerto da direção foi não sobrecarregar ou apelar para a trilha sonora como sustentação deixando o desenvolvimento fluindo por si só e, nos enquadramentos perfeitos que encontram equilíbrio entre os close-ups e planos mais abertos nas horas certas. #EyeintheSky, que privilegia a estrutura do roteiro a partir da frase : “Na guerra a verdade é a primeira vítima”, embora “teoricamente” ficcional, é um notável jogo de questionamentos que não exclui o expectador de se colocar no lugar de cada um dos personagens, fazendo uma catarse interativa impressionante. “O que eu faria no lugar deles”, será uma pergunta que, não só vai te jogar para dentro da trama bem como te prender nela e na cadeira, muito por conta de um elenco que, atuando de forma naturalista, mantém o pico de tensão em algo que vai te parecer absurdamente realista. A veterana Helen Mirren compõe sua forte personagem de forma mais que empática, Alan Rickman, em seu último papel no cinema, brilha pela firmeza e, Aaron Paul (Breaking Bad), transmite uma descarga emocional mais que convincente. Enfim, embora o plot já tenha sido explorado em “Morte Limpa (2014), Decisão de Risco é um dos melhores filmes de 2016, até agora, e deixamos máxima recomendação.
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