Com um plot sobre a pré-senilidade evolutiva de um octogenário ainda muito independente e bastante rebelde, “Floride”, busca contar sobre essa fase da vida humana e as conseqüências/ dificuldades para a família. Alternando de forma indecisa entre drama realista, comédia leve com toques de teatralidade e sem se importar com alguma “explicação” clinica para o avanço dos esquecimentos e confusões mentais, o trabalho limita-se a situação em si e mal desenvolve as subtramas e personagens coadjuvantes, como no caso do neto que apóia o avô, mas sem nenhum aprofundamento. Ok, há cenas interessantes dentro do belo cenário criado pela direção de arte, nos exteriores, uma fotografia agradável, mas nem mesmo o desempenho do protagonista vai muito além disto. Embora retrate muito bem as teimosias, as pirraças infantis, a constante troca de cuidadoras, as desorientações e o sempre pendente dilema familiar sobre a alternativa, ou não, de ter que abrigar o ainda vigoroso (fisicamente) homem em uma clínica, trata-se de um trabalho muito específico para um público limitado a triste vivência do problema em questão.
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