O candidato ao Oscar 2016, pela República Dominicana, merece uma espiada atenta pela relevância e originalidade do tema central e pela presença avassaladora de Geraldine Chaplin. Poucos trabalhos (que saibamos), tiveram a coragem de abordar um tema tão atual e tão “escondido” como o turismo sexual que se subdivide em prostituição pela sobrevivência / exploração e livre comércio corporal. A dramaturgia implícita no roteiro que transita por várias questões morais, com belíssima fotografia e com forte cunho social, permite muitas reflexões que vão bem além dos contextos regionais. Ao mesmo tempo em que “fala” sobre amor, solidão e exploração de forma retilínea, consegue um tom agridoce à medida que mergulhamos em seus poucos personagens centrais. Aqui, lamentamos que um plot tão importante e interessante não tenha sido feliz no quesito direção, apresentando algumas falhas básicas de continuidade, edição e interpretação, mas a garra e o gigantismo interpretativo de Geraldine compensam os pequenos deslizes deixando-nos com uma sensação de doçura e ternura ao final. Embora duvidemos que tenha força técnica para saltar para os finalistas, eis algo sério e delicado que merece sim, uma apreciação dos verdadeiros cinéfilos.
TRAILER