
Dentro da perspectiva peculiar do cinema nórdico (que muito me agrada), sempre contundente e de mãos dadas com o realismo existencial reflexivo e o apuro técnico, os enredos primam pelo encontro da arte com a vida, sem olvidar emoções. Neste caso, como não reconhecer de imediato as desventuras da ingênua menina de 16 anos e tentarmos desesperadamente resgatá-la? Impossível! Ainda que se desviando de qualquer cena de violência explícita e, primando pela sutileza, a vida como ela é, está aqui e, nem sempre é bela enquanto as sociedades forem indiferentes. Por certo, há momentos de ternura e a certeza de grandes interpretações, mas o objetivo central da obra é absurdamente social e denunciatório. E, Moodysson, amplamente elogiado por Bergman, provoca grandes reflexões sobre a vida, foge das previsibilidades e de finais simplistas. Cinema orgânico na sua essência por ser belo, brutal, triste e feliz ao mesmo tempo. Lilja 4-Ever é muito bom, mas para poucos.

TRAILER