Cardoso Júnior

22 de set de 2017

Eu Te Matarei, Querida - Inglaterra-2017

Atualizado: 21 de ago de 2020

Remake do clássico de suspense de 1952,com Richard Burton e Olivia de Havilland, “My Cousin Rachel” é um dos raríssimos casos que, se não supera o original, também não fica devendo nada a ele.
 

 
Baseado no romance de Daphne Du Maurier (que transitou por vários estilos), o diretor Roger Michell (Um Lugar Chamado Notthing Hill), desenvolve seu próprio roteiro de maneira clássica de acordo com o ritmo de uma Inglaterra de 1830, criando uma trama de suspense que pode muito agradar ou decepcionar os fãs das explicações claras e fáceis uma vez que, o roteiro se propõe apenas apresentar o excelente jogo de gata e rato, mas não elucidá-lo.
 

 
A narrativa mantém a intenção de criticar a sociedade machista que negava as mulheres o direito de escolher livremente seus parceiros e ou amores, fazendo uma opção mais que acertada em Rachel Weiz que encarna a perfeição a figura da mulher sedutora, ardilosa e misteriosa que conduz, a sua maneira, todo desenvolvimento das manhas e artimanhas. Para quem achar que o suspense em seu jogo de To Be or Not To Be é ingênuo para o momento atual, vale por Rachel Weiz que está soberba e magnética na oscilação entre mocinha e vilã.
 

 
Mas não só por ela que, “Minha Prima Raquel”, tem seus grandes méritos. A fotografia que realça as ambientações alça os patamares do deslumbrante em suas locações na Itália e a alternância entre luz e sombra é tão bem realizada, seja nas cenas de interiores e exteriores, que se iguala a belíssimos quadros enquanto mesmo requinte estético recai também sobre figurinos e a trilha sonora.
 

 
Todo mistério que impulsiona “#MyCousinRachel”centrado na obsessão amorosa entre um ingênuo jovem que não conhecia nenhuma mulher e a mulher manipuladora que conhecia os homens, o jogo sobre quem seduz quem e, tudo que é e deixa de ser, alinhavado fortemente pelas constantes desconfianças, não o transforma no filme perfeito, mas sem dúvida nenhuma fica como um ótimo exemplar não só da literatura da época como do cinema Inglês atual que vale ser assistido.
 

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#Europa #Análise