Cardoso Júnior

16 de abr de 2016

Eu e Ela – Itália - 2015

Atualizado: 16 de ago de 2020

De forma totalmente despretensiosa este roteiro, sem data de estréia no Brasil, exime-se de levantar bandeiras ou mesmo adotar qualquer cunho panfletário sobre o amor entre duas mulheres.
 

 
Focando no dia-a-dia de um casal, no cotidiano pequeno mesmo, a diretora Maria Sole Tognazzi, centra a trama na insegurança emocional de uma das parceiras interpretada pela sempre ótima e expressiva Margherita Buy (Mi Madre) que, embora bem sucedida profissionalmente, separada do primeiro marido e mãe de um filho adulto e, vivendo há cinco anos maritalmente com sua companheira, tem grandes dificuldades em aceitar para si mesma, intimamente, sua atual forma de amor.
 

 
O contraponto, a mulher bem resolvida com sua sexualidade, interpretada pela bela Sabrina Ferilli (A Grande Beleza), faz a dinâmica do par funcionar de forma perfeita.
 
Essa estória de amor muito atual com ótima trilha sonora, tem dois méritos bem distintos: O primeiro, é a total ausência de estereótipos de gênero tão comuns em temas como este e, o segundo, está no seu final, algo bem incomum também dentro da temática.
 

 
Sim, é possível ser feliz e respeitado dentro desta forma de amor, mas que ninguém espere que seja, nem um pouquinho, diferente dos problemas normais de todos os tipos de casais; afinal, toda forma de amar traz embutida seus medos, suas fragilidades, seus desacertos e a luta pela preservação do sentimento.
 
Este é um grande acerto do roteiro e direção.
 

 
#IoeLei” é uma comédia romântica que não descamba para o pastelão, traz personagens agindo e vivendo como pessoas comuns e ainda insere questões familiares (de ambos os lados), fazendo um retrato sem moralizações da família Italiana contemporânea em um momento que a Itália prepara-se para legalizar a união estável homo afetiva.
 
Pontual.
 
Vale muito ver e refletir.


 

 
TRAILER

#Europa #Análise